O tema ghostwriting x inteligência artificial ganhou força desde que plataformas de inteligência artificial começaram a se aperfeiçoar cada vez mais na escrita. A grande discussão de 2024 e 2025 talvez tenha sido o uso do travessão no meio do texto. Muitos escritores passaram a se defender quando faziam uso desse tipo de pontuação. Mas será que a inteligência artificial realmente escreve como um ser humano? Será que “tudo bem” um ghostwriter usar inteligência artificial? E, mais do que isso, será que a inteligência artificial vai substituir o ghostwriter?

Ela ainda não escreve como um ser humano
Pelo título, você já vê que não, a inteligência artificial ainda não escreve coo um ser humano (e essa não é a minha opinião, mas a de vários especialistas). O problema é que muitas pessoas de fato escrevem mal ou não se fazem entender a partir da escrita. E esse é o problema, apesar de ainda escrever de forma rasa e até clichê, a inteligência artificial jé escreve melhor do que muita gente. E, se ela se aperfeiçoa a cada dia, é um pouco preocupante que até que escreve muito bem terá que competir com ela, mas o mais preocupante mesmo é o tanto de gente que deixará de praticar a escrita e a própria leitura por causa dela.
Nós já somos um país de não-leitores (53% da população não lê), com o avanço da inteligência artificial da escrita é muito provável que esse número aumente nos próximos anos. Assim, precisamos não só praticar a escrita, como a leitura (quem lê muito, geralmente, escreve bem) e incentivar crianças e adolescentes que façam o mesmo. É preciso se destacar e estar à frente do que a inteligência artificial pode fazer. É preciso saber analisar os textos que ela cria para melhorá-los, deixá-los com o seu tom de voz e, é claro, corrigi-la, ela ainda não é uma fonte 100% confiável.
Ghostwriting x Inteligência Artificial
E o uso da inteligência artificial durante o processo de escrita do projeto de ghostwriting? Será que é válido? Entre colegas da área, temos discutido bastante o tema. O consenso geral é que para a escrita, não. Pelo menos até onde eu sei, ninguém usa. O ideal é tentar chegar o mais próximo possível do tom de voz do cliente e isso a inteligência artificial não faz. Outra coisa que ela não faz é escrever de forma profunda, acessando sentimentos do autor que foram demonstrados nas entrevistas ou então ficaram subentendidos no olhar ou nas lágrimas do cliente.
Algumas pessoas tem, sim, usado a inteligência artificial para organização, tanto do fluxo de escrita quanto de ideias, ou então para pesquisas e confirmações de certos dados – sempre confirmando com fontes confiáveis, é claro.
A IA substituirá o ghostwriter?
Sabemos que a IA está, sim, evoluindo e se aperfeiçoando, principalmente porque ela se baseia na escrita humana, é o que a alimenta. Entretanto, ela ainda não escreve como um ser humano e não se sensibiliza como um. Ela não consegue acessar o que nós, ghostwriters, conseguimos durante uma entrevista. Não consegue direcionar o cliente/autor para respostas mais aprofundadas, que façam sentido com a proposta do projeto.
Em resumo, ela não vai além. Ela faz o que lhe é pedido. Se você é um cliente em potencial e quer usar a IA para escrever seu livro, você ditará o que ela precisa fazer. Ela obedecerá, mas essa não é a sua expertise. Sendo assim, o trabalho não chegará na qualidade de um mesmo feito por um ser humano.
O trabalho do ghostwriter é como o de um carpinteiro. É um trabalho minucioso, com alto custo. Quem não entende muito bem sobre o tema sempre assusta com os valores, acha caro. Aqueles que entendem o quão trabalhoso é, o quanto está envolvido em um projeto que dura meses, entende o valor que ele tem. É um trabalho feito especialmente para quem o contratou. Nós precisamos escrever como o cliente, nós precisamos ser o cliente. É quase um trabalho de ator.
Sendo assim, é possível que um dia aconteça, mas ainda vai demorar um bocado para a IA substituir os ghostwriters. Se você está buscando um, preencha esse formulário, tenho certeza que posso te ajudar!
