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Cabeça vazia e os resquícios de uma pandemia

Cabeça vazia é um sintoma que tenho tido já há algum tempo. Criei esse site não só para divulgar meu trabalho, mas para voltar aos tempos de blog e escrever – que é uma das coisas que mais amo fazer. Entretanto, desde sua criação, esse blog não tem nada a não ser um vazio. Um silêncio. Nem os grilos vieram para o “cri cri”.

Sinto que a pandemia mexeu com a cabeça de muita gente, mas algumas estão voltando aos eixos. No meu caso, nada ainda. Cabeça vazia. Eu me sento em frente ao computador e as palavras não saem. Sinto saudades de escrever sobre livros, filmes, o dia a dia e sobre o amor, mas minha cabeça parece um mar calmo, em que nenhuma onda chega para dar uma remexida no status quo. Está difícil.

Durante toda a pandemia do novo (agora não tão novo) coronavírus, me senti cansada, exausta até, com uma fadiga que não sabia de onde vinha. Saí do meu emprego, achei que me dedicaria mais a projetos pessoais, mas até agora… Nada… Tudo parece um vazio sem fim. Não é só a cabeça. Apesar disso, sinto muita vontade de fazer coisas e, principalmente, de escrever. Acho que é só a inspiração mesmo que não vem, mas eu preciso me manter ativa para que, quando ela resolver dar as caras, eu esteja pronta.

Não foi só com a saúde “corporal” que a covid-19 mexeu, mas muito com a saúde mental das pessoas. Sempre ouço sobre isso, reclamações de que as pessoas não são mais as mesmas. É engraçado pensar que, no começo, eu achei que seria excessão e agora me pego aqui, desabafando sobre algo que me abalou demais. Tudo o que eu queria era voltar a ter o mesmo pique de antes.

A cabeça vazia é um sintoma que se mostra duradouro e que, por enquanto, não tem pretensão alguma de ir embora, mas pelo menos consegui escrever esse desabafo. Já é alguma coisa. Aqui, não é “cabeça vazia oficina do diabo” e, sim, “cabeça vazia, mas com muita vontade de estar cheia”.

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